sábado, 4 de agosto de 2012

O que alguém ganha difamando outra pessoa?



Acho que a palavra difamação diz respeito a distorcer a fama (imagem) de outra pessoa. Não estou certa de que inclua a veracidade ou não da acusação. Só sei que a difamção tem origem no difamador, pois apontar erros alheios é um prazer para alguns. Mas não creio que esse estranho deleite seja o único motivo para essa prática maligna.

Tem outros aspectos envolvidos nas artimanhas do difamador. Um deles é o mecanismo de defesa que faz com que seu próprio foco, e dos demais ao seu redor se voltem para o outro, que se torna, de certa forma, um expiatório, carregador de culpas maiores.

Mas a coisa continua. Ao apontar erros alheios atinge-se a pessoa em sua imagem. E como verdade e verossimilhança são sinônimos na lógica do diz-que-disse, a fama fica marcada por um erro, como se pessoa e erro fossem a mesma coisa.

Têm medo de contaminação? Têm medo de serem confrontados com suas próprias fraquezas? E, porque demonstram tanto ódio? Os apedrejadores da mulher adúltera queriam aniquilar o adultério, punir, ou satisfazer um desejo de fazer cumprir a lei mosaica? Não houve ninguém para tratar, para cuidar, para apontar novos caminhos...

A afirmativa de Jesus aqueles é cortante: "Quem não tiver pecado que atire a primeira pedra". Não penso que se trate de uma filosofia em que se erramos, afinal todos erramos, então tudo bem. Creio que o mal que está em nós e que nos prejudica, e que prejudica outras pessoas deve ser evitado, e que devemos aprender e ensinar a evitá-lo. Porém, a indiferença com o pecador impacta. Sempre assusta.

Misericórdia, amor, recomeço, enfim, a Cruz. Onde ela está em nossos corações?

Algumas rupturas com o pecado, e eventualmente com aquele que persiste em fazer o mal são necessárias. Mas não acredito em apedrejamento, nem de pedras, nem de palavras insinuadoras, deformadoras. Não dá mais para caminhar junto? Então siga-se caminhos separados. Apesar disso, que a boca se cale! Não pode bendizer? Apenas não amaldiçoe. Contenha-se. Como Cristo (na Cruz, lembra?). As palavras ferozes difundidas indicam um coração de pedra!

Acontece que não sabemos lidar com o erro de outrem, tanto quanto com os nossos próprios. É a imaturidade, a falta de sinceridade consigo mesmo e a ausência de percepção de sua própria limiatação que fazem uma mão soltar a pedra no final do arremeço no ar.

A difamação é uma das formas de apedrejamento, um apedrejamento com palavras. E, insisto, tem sua fonte naquele mesmo que profere juízos ao outro. Talvez esse precise de cura ainda maior do que aquele a quem condena.

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